quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Top Ten

Pois é, acabou. Os Jogos Paraolímpicos de Pequim terminaram hoje e já deixam saudades. A fantástica organização dos chineses, a beleza dos locais de competição, a imprescindível ajuda de voluntários, tudo contribuiu para que esses fossem considerados os maiores jogos da história. Londres, em 2012, terá a difícil missão de superar, ou manter, tamanha qualidade. Sem falar na excelente presença do público nos locais de competição. O Ninho de Pássaro e o Cubo D'água, os principais, receberam muita gente durante esses mágicos 11 dias. E a nossa participação foi simplesmente a melhor da história. Terminamos em 9º lugar, com 47 medalhas no total, sendo 16 de ouro, superando o 14º lugar de Atenas. Destaque para a nossa dupla de nadadores famintos por pódios. Daniel Dias sozinho conseguiu ir para lá nove vezes, com quatro ouros, quatro pratas e um bronze. E o André que carrega o Brasil no nome, mais cinco, com quatro ouros e uma prata. E pergunto a vocês. E se Clodoaldo tivesse permanecido na S4? Quantos ouros mais não teriamos? No atletismo, o nome foi Lucas Prado. Três provas - 100, 200 e 400 metros rasos T11 - três ouros. Três que poderiam ser quatro, caso o revezamento 4 x 100 não tivesse sido desclassificado por infração na passagem do bastão. Mas não vamos reclamar. Terezinha Guilhermina, também na T11, conseguiu o ouro nos 400 metros rasos, ela que tinha sido prata nos 100 e bronze nos 200. E aqui vale ressaltar o trabalho de Justino Barbosa e Chocolate, os atletas-guias dessas feras. Força, companheirismo e sincronismo, unidos por uma corda e dois corações. Emocionate os dois ouros da bocha, individual com Dirceu Pinto e em duplas, com Dirceu e Eliseu Santos. Uma modalidade pouco difundida, que permite a quem tem deficiência severa a prática do esporte e que participou da primeira vez de uma paraolimpíada, nos presenteia com um desempenho fantástico. A primeira medalha no tênis de mesa, prata por equipes, também é histórica com Luiz Algacir e Welder Knaf. E, emblemático, a última medalha de ouro em disputa dos jogos, a do Futebol de 5, veio para nós. Em virada emocionate, Ricardinho e companhia bateram os donos da casa por 2 a 1. Que essa memorável campanha se reverta em benefícios de toda a espécie. Não só na área esportiva, com o aumento do investimento no esporte de base e na divulgação das modalidades paraolímpicas pelo país, na busca de novos talentos, mas também em tudo o que cerca o universo da pessoa com deficiência. Esporte, educação, trabalho, saúde, tudo é interligado. Não se pode enxergar as áreas de forma individual, separadas. É preciso uma visão macro de um universo que mostra a cada dia que é capaz de tudo. Até mesmo transformar o Brasil em potência paraolímpica.

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